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A empatia do mentor sistêmico diante do propósito do mentorado

Na visão sistêmica, quando nos colocamos na vida por aquilo que somos chamados à atender por uma missão, então servimos ao mundo por um “emaranhamento sistêmico” e não por um propósito. Isto decorre, quando queremos salvar ou curar alguém (a mãe, o pai ou o mentorado ), ou ainda ajudar a colocar em ordem algo que não foi respeitado em nosso próprio sistema. Daí podemos até nos tornar um bom mentor, como um médicos, terapeutas, professores, advogados, juízes. Mas, enquanto estivermos emaranhados, estamos limitados do potencial de transformação, pois só enxergamos o outro, do lugar do emaranhamento. Que é onde estamos – na identificação com o antepassado com o qual estamos conectados pelo emaranhamento e atendemos ao pedido da missão para salvarmos à nós mesmos. Podemos adquirir muito conhecimento, estudarmos, treinarmos, nos tornamos um bom líder e gestor, mas quem está emaranhado no passado de seu próprio sistema atende ao mundo como um missionário e não consegue ir além do limite que se encontra em seu próprio emaranhamento. Torna-se revoltante para ele quando não tem êxito em sua missão. Ou torna-se arrogante em querer salvar seu mentorado. Na missão, o direito, a saúde, a educação, tornam-se todos oportunidades para se exercer o poder de salvar o outro das circunstâncias de seu destino. Porém na visão sistêmica, todo destino tem dignidade, por mais difícil que seja. O facilitador sistêmico precisa olhar com respeito essa dignidade. O contrário enfraquece; se um educador se coloca perante seu aluno, desrespeitando o destino de sua família, para salvá-lo das mazelas de seus pais e não à serviço dos próprios pais, mas contra eles, não pode ajudar a transformar a realidade do aluno. Isto porque desonra os pais que deram a vida ao filho. Por isto se diz que a dignidade da família é intocável.
Só quando nos libertamos do nosso próprio emaranhamento e podemos nos colocar no nosso próprio lugar, enxergando todo o sistema e reconhecendo o lugar de cada um no sistema, então podemos reconhecer o quanto aprendemos com a força que desenvolvemos graças, justamente, às dificuldades. Assim, podemos encontrar o verdadeiro potencial interno no outro. Passamos a olhar o valor em todo o seu sistema, sem julgamentos ou identificações – Isto é chamado de empatia sistêmica. De outra forma, estaremos cumprindo uma missão, projetando o nosso emaranhamento na dificuldade do outro, por simpatia e não empatia.
Quem está emaranhado pode ser um mentor dedicado, ou um advogado combativo, pode ganhar causas… por ter vocação.  Pois,  sem perceber, se reforça o padrão do cliente – de vítima, de revolta, de dependência. O cliente ganha a indenização, porém se torna ainda mais infeliz e insatisfeito. Na verdade, ajuda o cliente a se tornar mais vítima, mais insatisfeito, mais reclamação, mais acusador. A ajuda real só vem de alguém que não esteja envolvido no mesmo padrão sistêmico do cliente.
 O facilitador Sistêmico não domina uma técnica, mas desenvolve uma consciência do fluxo sistêmico da abundância para a prosperidade. É uma visão ampliada dos princípios que regem as relações humanas e de como se pode trazer paz e equilíbrio para todo o sistema;
 O facilitador Sistêmico não se limita apenas na aplicação das técnicas da mentoria ou da constelação. Esta não é uma ‘’ferramenta’’ do facilitador sistêmico. É uma postura na forma de atuar a partir de um lugar do campo do cliente que exige condições especiais de não julgamento e da permissão para ser acessada. Uma postura que exige o olhar fenomenológico, a compreensão dos campos mórficos para acessar o centro do sistema que pertence o cliente, ver o conflito sem julgar, observar o fenômeno, perceber o campo, respeitar os limites das partes, estar em paz, estar a serviço, e exercer a humildade de quem pesquisa e experimenta hipóteses de soluções.

Se você gostou deste artigo, então veja também:
As Ordens da ajuda no trabalho do facilitador sistêmico

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